sábado, 12 de setembro de 2009

O inesperado...

Sexta-feira, 20 de março de 2009.

Estava me arrumando prá enfrentar mais uma viagem até Guaíba, cidade na qual trabalhava, quando decidi não arriscar e ligar prá Vera, minha obstetra.

Fiz um telefonema curto, a informando sobre a pressão elevada da noite anterior. Achei que ela me tranquilizaria. Mas a invés disso:

"Gabi, vai agora pro Centro Obstétrico do Hospital Moinhos de Vento fazer o mapa. Precisamos monitorar os batimentos do nenê e ver como se comporta a tua pressão."

Prontamente, peguei bolsa, marido e celular (não necessariamente nesta ordem) e me toquei pro hospital. Não imaginava que só retornaria à minha casa quase 10 dias depois, com o barrigão sem meu filho e os braços vazios.

Chegando ao Moinhos, fui encaminhada para o C.O. (Centro Obstétrico), onde mediram a pressão, fizeram alguns exames de sangue e colocaram uma cinta na barriga para verificar os batimentos e movimentos do Matheus.
Com nosso peixinho amado, estava tudo bem. Comigo, as coisas eram mais preocupantes: pressão 17x11. Segundo o médico plantonista, as chances de pre-eclampsia eram muito altas, mas deveríamos aguardar a confirmação da minha médica.

Por volta das duas da tarde chegou a obstetra e foi direto ao assunto:
"Tu estás com um quadro de toxemia, também conhecida por pre-eclampsia. Não sabemos como essa doença surge, mas sabemos como evitar complicações. De hoje até daqui 2 semanas, terás que ficar internada em repouso absoluto para que consigamos fazer o parto com pelo menos 34 semanas de gestação."

Pronto, meu mundo caiu. Nunca, em toda a minha vida, precisei de qualquer internação. E agora, que eu carregava outra vida, estávamos correndo risco. Olhei pro meu marido, que segurava minha mão, e comecei a chorar bem devagarinho com medo que o pranto aumentasse ainda mais a pressão. Chorei pelo inesperado, rezei por mim e pelo meu filho, pedi a Deus que nos protegesse. Teríamos que ser fortes e aguardar esses 14 dias para que nosso bebê pudesse vir ao mundo com mais segurança.

Um comentário:

  1. Está muito bonito e emocionante o teu relato.
    É muito bom compartilhares tuas experiências.
    Beijos, Leti

    ResponderExcluir