Não foi por falta de tempo, vontade ou algum imprevisto que deixei de escrever faz alguns dias. Tentei afastar meus fantasmas e relembrar, na ordem da minha narrativa, o dia 24 de março. Foi então que percebi, o quanto ainda é difícil prá mim, contar o nascimento do meu filho amado.
Acordei bem disposta na terça-feira. Tomei o café da manhã e fiquei assistindo TV. Foi lá pelas dez e meia que uma leve dorzinha de cabeça começou a me incomodar. No início, achei que seria passageira, mas logo percebi que poderia ser algum dos sinais de agravamento do quadro. Comentei com meu marido e decidimos chamar a enfermeira. Mediram a minha pressão e não gostaram do que viram. Rapidamente, entraram em contato com a obstetra e a deixaram a par da situação. Ela pediu que eu fosse encaminhada ao Centro Obstétrico para novos exames.
Novamente, lá estava eu numa cama do C.O. com o Márcio me segurando a mão, sendo examinada por alguns plantonistas e apavorada. Por entre os sussurros das enfermeiras, percebi que havia chegado a hora. Tentei me acalmar, mas o medo era tanto que eu só pensava em manter a consciência e não "apagar".
Falaram que a Vera, minha médica, chegaria por volta do meio-dia e que até lá ficariam me monitorando. Que nada! Estavam me preparando para o parto. Minha pressão havia chegado a 20x14 e não tinha mais o que fazer. O Matheus deveria nascer!
Começaram a ministrar medicação intravenosa e minhas veias rompiam com facilidade. Ouvi dizer que era pela pressão sanguínea. Meus braços estavam ficando roxos dos piques. O nervosismo era geral. Meu marido fazia "cabaninha", tapava com suas mãos meus olhos, para que não enxergasse a quantidade de picadas. Foi ai que comecei a mentalizar coisas boas. Além de Deus, eu tinha ao meu lado um cara que me amava e que me protegia. O nosso peixinho viria ao mundo são e salvo!
Obesidade na Adolescencia - Vida & Saúde
Há 14 anos
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