Bento era um menino encantador.
Estava sempre bem disposto.
Ainda na sua cama, gritava:
- Bom dia, pai! Bom dia, mãe!
Em seguida, calçava os chinelinhos, escovava os dentes e esperava o café da manhã.
Depois de alguns goles de leite e abocanhadas no pão com mel, levantava os bracinhos e soltava a sua frase predileta:
- Pilhas recarregadas!
E ai. Bom... ai o dia começava prá valer!
Pela manhã, muitas brincadeiras.
À tarde, escola.
Na volta da escola, mais brincadeiras.
Se fosse, segunda ou quarta-feira, aulas de artes marciais.
E à noite, banho e cama.
Não! Parece que esta última frase não era bem assim. Na verdade, esse era o sonho de seus pais.
Bento nunca dormia cedo. Só se entregava ao sono, quando não aguentava mais.
Pois bem. Vocês que são espertos, me ajudem. Eu estou esquecendo de algo nessa história?
Ah, de bichos de estimação?
Pois é, esqueci de contar. A família de Bento tinha dois gatinhos.
O Frajola, que era o mais carente, passava o dia pedindo carinho.
E o Branquinho, que mais parecia um cachorro. Sempre disposto a entrar nas travessuras de Bento.
Mas não era isso que vocês estavam pensando? Estavam sentindo falta de outros personagens?
Ah, sim. Entendi. Irmão? Irmã?
Puxa, dessa vez eu não esqueci. Bento não tinha irmãos. Era filho único.
Seus pais não puderam ter outros filhos.
Ele era um só. Mas atenção: Bento não era sozinho! Tinha um monte de primos e amigos!
Pessoas que o amavam e se divertiam com ele.
Pessoas que completavam um pouco do espaço de um irmão.
Falei um pouco, porque ninguém substitui um irmão.
Eu mesma, tenho três: duas irmãs e um irmão. E olha, não os troco por ninguém!
Mas o que fazer quando a vida não nos dá um de presente?
Pois bem. Essa é uma pergunta que o próprio Bento pode responder:
- Brinque! Se divirta! Faça uma coleção de amigos! E trate todos como irmãos!
Gostaram da resposta? Eu gostei.
Se bem que sou suspeita para falar. Deixa eu me apresentar: sou a mãe do Bento.
E sinto o maior orgulho do meu filho único!